quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Fraudes eletrônicas causam prejuízo de R$ 900 milhões por ano a bancos e clientes

As fraudes eletrônicas em bancos causam prejuízo de R$ 900 milhões por ano. Apesar do investimento de R$ 1,9 bilhão feito pelas instituições financeiras na prevenção e no combate a esse tipo de crime, os golpes continuam sendo aplicados, principalmente, em clientes pessoa física.


O valor das transações ilícitas foi informado nesta terça-feira (31) pelo diretor técnico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Wilson Gutierrez. Ele foi dos participantes do seminário Crimes Eletrônicos - A Urgência da Lei, na Câmara Americana de Comércio (Ancham), em São Paulo.

Segundo Gutierrez, o montante foi verificado em 2009 e deve se repetir este ano. Engloba valores desviados em golpes pela internet, centrais de atendimento telefônico e terminais de auto-atendimento, além de fraudes em cartões de crédito e débito. O representante da Febraban disse que os golpes em cartões são os mais comuns. Correspondem a metade de todos os registros. Já as fraudes via internet representam 30% do total.
Para ele, a falta de cuidado dos clientes internautas facilita as fraudes. Por isso, ele destaca a importância de os clientes se cercarem de cuidados ao acessar a conta bancária pelo computador. Manter os programas antivírus atualizados, não abrir arquivos enviados por desconhecidos e não acessar mensagens eletrônicas de conteúdo sensacionalista são algumas dicas de segurança apontadas por Gutierrez. Ele recomenda também que clientes não acessem a conta em computadores públicos, como em lan houses ou cybercafés.

"O internauta deve evitar ser muito curioso, evitar abrir todo e-mail que chegue para ele", alerta. "Também deve evitar digitar dados em computadores que outros possam usar", diz.

  • Brasil é terceiro maior emissor de spams da internet

O Brasil é o terceiro maior emissor de mensagem eletrônicas não solicitadas, mais conhecidos como spams. Segundo a empresa norte-americana de segurança na internet Shopos, endereços brasileiros de correio eletrônico enviam 5,5% desse tipo de e-mails. O Brasil fica atrás só dos Estados Unidos, que envia 15,2% dos spams, e da Índia, com 7,7%.

Os dados apurados pela Sophos foram apresentados durante o mesmo seminário em São Paulo. No evento, representantes da polícia, da Justiça, do setor empresarial e de usuários da internet debateram formas de combater os crimes praticados na rede mundial de computadores.

O envio de spams é um dos tipos de contravenção cometida na internet. As mensagens não solicitadas muitas vezes contêm programas, que permitem que criminosos acessem dados pessoais de usuários da internet e os utilizem para cometer fraudes.

O envio desses e-mails ou a propagação de conteúdo malicioso é chamada de worm. O worm corresponde a 14,5% dos incidentes na internet cometidos entre abril e junho de 2010, segundo o Centro de Estudos, Respostas e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (Cert.br).

De acordo com a entidade, as varreduras de computadores conectados à rede em busca de informação de usuários é o incidente mais recorrente. São 51,8% dos casos reportados.

O delegado da Polícia Federal Carlos Eduardo Sobral, que participou do evento desta manhã, afirmou que os crimes na internet crescem à medida que o uso do computador se populariza no Brasil. Segundo Sobral, além de ser o terceiro maior emissor de spams, o país é o quarto ou o quinto maior difusor da pornografia infantil na internet.

"Ao mesmo tempo que nós nos inserimos no mundo digital, não conseguimos evitar o crescimento da criminalidade", afirmou o delegado, em sua participação no seminário.

Para ele e outros participantes do encontro, a criação de um marco legal, que facilite a identificação de criminosos que atuam na internet, é essencial para a repressão dos crimes.

Fonte: Agência Brasil

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